DOENÇAS CARDÍACAS DE CÃES E GATOS – INSUFICIÊNCIA CONGESTIVA

Renato Saliba 02/06/2011 - 15:36:25 Artigos

Prezado Leitor,

As doenças cardíacas em cães e gatos são muito comuns na rotina médica. Estima-se que cerca de 10% de todos os casos clínicos que passem por uma clínica ou hospital veterinário esteja relacionado a problemas cardíacos. O coração é a bomba ejetora do nosso organismo, ou seja, ele é responsável juntamente com as veias e artérias pela distribuição de oxigênio e outros nutrientes para as células, bem como a remoção de produtos relacionados ao catabolismo proteico, fazendo a nutrição de todo o corpo. Primeiramente gostaria de esclarecer que a Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) é uma síndrome (isto é, envolve uma série de sinais clínicos e acometimento de outros órgãos além do coração) e que nem sempre está envolvido com a doença cardíaca primária, ou seja, não é todo o paciente que tem doença cardíaca que vai desenvolver os sinais clínicos de insuficiência e que o resultado final é falta de oxigênio para as células. As doenças mais comuns em cães de pequeno porte (< 20Kg) são as insuficiências das válvulas atrioventriculares (sendo que a esquerda é mais acometida que a direita); em cães de grande porte, o problema mais comum é cardiomiopatia dilatada (ou seja, o músculo cardíaco perde a capacidade de ejetar sangue); nos gatos a cardiomiopatia hipertrófica é a que mais afeta esta população. Geralmente, os pacientes mais acometidos são os machos e a idade inicial pode variar entre 6 a 12 anos. Os sinais clínicos mais comuns nesses animais são o cansaço fácil, cianose de língua (língua roxa), tosse grasnante com produção de secreção no final (como se o animal estivesse engasgado) que piora sempre pela manhã, dificuldade respiratória, aumento de volume abdominal e edema de membros. O diagnóstico se faz através da identificação dos sinais clínicos, exame físico (auscultação do coração e pulmão) e alguns exames complementares como a Radiografia do tórax (irá diagnosticar aumento do coração e alterações em campos pulmonares), Eletrocardiograma (auxilia no diagnóstico de alterações elétricas cardíacas), Ecocardiograma (identifica alterações em válvulas e em câmaras cardíaca) e alguns exames específicos de sangue como as troponinas cardíacas e CKMB. É importante lembrar que caso haja suspeita que outros órgãos estejam envolvidos, outros exames serão necessários. Baseado no diagnóstico da doença de base e nas alterações que a doença cardíaca provocou se faz o tratamento. Este se baseia principalmente no controle da pressão arterial, bem como a estabilização hemodinâmica e elétrica do coração. O prognóstico para a ICC é de bom a reservado dependendo do estágio em que a síndrome se encontra, bem como se há outros órgãos ou outras doenças concomitantes envolvidas, mas geralmente é de fácil controle. Consulte sempre um Médico Veterinário Especialista, pois este estará apto a diagnosticar e tratar da maneira mais precisa o seu animal de estimação.

Um grande Abraço a Todos
Prof. Esp. Renato Saliba
Clínico Geral do Centro Médico Veterinário de Ourinhos (14) 3026 2337/(14) 9660 5966
Professor de Clínica Médica e Emergência da Faculdade de Medicina Veterinária Roque Quagliato/FIO/FEMM.

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